Os sete réus chamados para prestar depoimento se recusaram a responder às perguntas do juiz; audiência terminou no início da noite
Terminou, no início da noite desta quarta-feira, a audiência na Justiça Federal de Goiás relacionada ao processo da Operação Monte Carlo, que investiga uma rede de exploração de jogos ilegais supostamente comandada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Os sete réus chamados para prestar depoimento se recusaram a responder às perguntas do juiz Alderico Rocha Santos. Carlinhos Cachoeira também se recusou a falar sobre o processo.
Oitivas
A primeira parte da audiência judicial da Operação Monte Carlo, destinada à oitiva das testemunhas de defesa e de acusação sobre o esquema criminoso do qual o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, é apontado como líder, aconteceu na parte da tarde.
Das 14 testemunhas convocadas inicialmente – quatro de acusação e dez de defesa – oito foram dispensadas ou não compareceram, todas da defesa. As quatro testemunhas de acusação, todos policiais federais, confirmaram a existência do esquema criminoso comandado por Cachoeira.
As únicas testemunhas de defesa que se manifestaram, Liezer Clementino Ribeiro e Luiz Otávio Vieira da Paixão, limitaram-se a falar da vida pregressa do réu Wladimir Garcez, ex-vereador acusado de ser o elo entre o grupo de Cachoeira e a política local.
Os advogados dos réus ainda insistiram para que o juiz Alderico Rocha autorizasse o depoimento de novas testemunhas, mas ele negou os pedidos. O primeiro réu a depor foi Lenine Araújo de Souza, um dos principais assistentes de Cachoeira segundo investigações da PF (Polícia Federal) e do Ministério Público.
Atrasos
A audiência do processo judicial da Operação Monte Carlo, que apurou esquema de exploração ilegal de jogos e de corrupção no Cenro-Oeste, começou ontem com atraso significativo no cronograma, com depoimentos de apenas duas das 14 testemunhas esperadas. O juiz chegou a pedir que os advogados e procuradores fossem mais objetivos nas perguntas para evitar discussões desnecessárias.
O processo da Operação Monte Carlo, que corre na Justiça Federal em Goiânia, tem mais de 80 réus, mas foi desmembrado em duas partes para agilizar a tramitação em relação àqueles que estavam detidos preventivamente. Atualmente, só Cachoeira e Gleyb Ferreira, um de seus assistentes, estão presos.
Os réus presos e que agora respondem em liberdade são Idalberto Matias de Araújo, José Olímpio de Queiroga Neto, Lenine Araújo de Souza, Raimundo Washington de Sousa Queiroga e Wladimir Garcez. Todos foram convocados para depor amanhã. Geovani da Silva, que tem ordem de prisão decretada, está foragido desde a deflagração da Operação Monte Carlo, no dia 29 de fevereiro e não deverá comparecer à audiência.
Parlamentares
Além do processo de Goiânia, a Operação Monte Carlo resultou em outros processos, no STF (Supremo Tribunal Federal), em relação a parlamentares com foro privilegiado, como o então senador Demóstenes Torres. Como Demóstenes teve o mandato cassado, o processo deverá ser enviado para a Justiça de primeira instância.
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